Edição 2017: Migrações e Direitos Humanos

Nesta primeira edição do curso analisaremos dados sobre direitos humanos, mais precisamente dos migrantes, usando dois conjuntos de informações: as organizadas pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e algumas pontuais coletadas pelo IBGE na Pesquisa Nacional de Amostras Domiciliares (PNAD).

Custo: O curso é gratuito, mas restringe-se a alunos e membros de organizações da sociedade civil.

Datas: Dias 15/9, 22/9, 29/9, 6/10 (Sextas-feiras, entre 8h-12h).

Pré-requisitos: não é necessário conhecimento prévio de estatística para compreender o curso. O manuseio do software R requer algumas competências muito básicas de programação, que serão trabalhadas no curso. Exige-se apenas disposição para aprender o conteúdo.

Conteúdos e metodologia de ensino

O curso está dividido em 4 blocos de aulas. Em cada bloco a turma se engajará na resolução de um problema de pesquisa relevante sobre o tema do curso.

Ao resolvê-lo, espera-se que o aluno desenvolva habilidades de (a) organização de dados; (b) estatística descritiva básica; (c) apresentação gráfica de dados; e (d) programação básica em R. Os conteúdos serão incorporados paulatinamente em cada bloco, em nível crescente de dificuldade.

Cada aula foi preparada tendo em vista a seguinte metodologia: (i) em sala, os conteúdos são apresentados paulatinamente, para que cada aluno construa sua análise dos dados disponíveis e a anote no script do programa; (ii) terminada a aula, distribui-se à turma script previamente preparado, contendo exercícios e notas sobre o conteúdo.

Exemplos

O curso utiliza o software livre “R” para análise de dados. Por ser aberto, o R possui complementos com ferramentas bastante sofisticadas para a visualização de dados, além dos tradicionais gráficos e tabelas. Utilizaremos mais intensivamente o complemento ggplot para a criação de gráficos e o tmap para a representação de dados espaciais.

Os dois mapas seguintes, por exemplo, foram construídos com recurso ao complemento ‘tmap‘.

No primeiro, duas variáveis estão  representadas: (i) a população total de cada estado (proporcional ao tamanho dos círculos) e (ii) o percentual da população residente em município distinto de onde nasceu (intensidade da cor). Observe que no Mato Grosso mais de 60% da população vivia, em 2015, em município distinto de onde nasceu, segundo dados da PNAD.

No segundo, elaborado com dados do IBGE, está representado o crescimento do PIB industrial nos municípios de São Paulo e Santa Catarina entre 2010 e 2014. Observe que em grande parte dessas cidades a agregação de valor na indústria aumentou. Os resultados do Norte de Santa Catarina são expressivos, e contrastantes com o Oeste: enquanto lá houve rápido aumento da produção industrial, em alguns municípios do Oeste a indústria contraiu-se. Isso nada quer dizer sobre a importância desta atividade em relação à agricultura ou ao setor terciário, e tampouco sobre o nível de emprego, mas é ainda assim um indicador importante.

Por fim, o gráfico abaixo foi construído com a ferramenta ggplot2, que entre entre outras funcionalidades permite a criação de subgráficos para conjuntos específicos de dados. Veja como permanece no Brasil discriminação contra as mulheres: o ‘prêmio’ que recebem para cada ano de escolaridade é, em média, muito menor do que o auferido por homens – praticamente a metade, segundo informações da PNAD 2015. Isso ocorre para todos os grupos étnicos e de cor da pele e para qualquer nível de escolaridade: a discriminação não atinge apenas os “pouco estudados”.

Mapas e gráficos semelhantes a esses são construídos ao longo curso, seja representando municípios, estados ou países, com dados do Banco Mundial, IBGE e outras fontes. É possível também apresentar informações diversas de interesse dos participantes, sobre suas próprias atividades.